Fonte da Imagem: Sol Central (http://www.solcentral.com.br/news/energia-solar-flutuante-de-portugal-para-o-mundo/)
Artigo de Portal Solar
Segundo Luiz Piauhylino Filho, sócio-diretor da Sunlution, a geração solar pode reduzir os impactos da crise hídrica no segmento elétrico do Brasil. O executivo analisa que, atualmente em debate no país, a regulamentação da hibridação das fontes de energia pode ser uma resposta à ociosidade das usinas hidrelétricas, que encaram um cenário de declínio nos níveis dos reservatórios.
“O Brasil ainda não deu a devida atenção à discussão e a urgente necessidade de regulamentação da hibridização. As hidrelétricas, que são a principal fonte de energia no país, hoje trabalham muito abaixo de sua capacidade por causa da baixa dos reservatórios”, declarou o executivo.
O início do processo de regulamentação da geração híbrida ocorreu com a publicação da Portaria n.º 5.571, de 29/01/2019. O tópico passou a fazer parte da Agenda Regulatória da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o biênio entre 2019 e 2020. A abertura desse debate foi avaliada positivamente pela Sunlution.
A companhia anunciou, no fim de 2020, uma previsão de que, em 10 anos, o novo modelo híbrido poderá gerar 475 mil novos empregos e conquistar R$ 76 bilhões em investimentos. Em relação à capacidade instalada hídrica atual, a estimativa aponta para uma expansão de 109 GW para 128 GW.
“A implantação das usinas solares flutuantes inibe em até 70% a evaporação dos espelhos d’água e os dois sistemas associados aumentariam em mais de 17,3% a capacidade de geração de energia das hidrelétricas”, revelou Piauhylino, citando uma pesquisa divulgada pela Michigan State University no fim do ano passado. O estudo avaliou a situação específica do Brasil e previu uma ociosidade na geração hidrelétrica de quase 12 GW.
Hoje em dia, projetos pilotos de geração híbrida atuam no país. A Sunlution, em parceria com a Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (Chesf), pertencente ao Grupo Eletrobras, inseriu painéis fotovoltaicos em uma área de 10 mil metros quadrados na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, situada no interior da Bahia. Atualmente, eles representam a geração de 1 MWp.
A capacidade aumentará para 2,5 MWp em uma segunda etapa, que já está em andamento. “Para se ter ideia do que representa o potencial da hibridização, em 70 anos a Chesf construiu 10 GW em hidrelétricas. Se nós utilizarmos 10% da lâmina d’água dessas 12 hidrelétricas, conseguiremos instalar 52 GW em energia solar flutuante. Significa que podemos ter quatro Chesfs em um prazo de dez anos”, destaca o sócio-diretor da Sunlution.
Elaborado em conjunto com a empresa francesa Ciel et Terre, outro projeto da Sunlution foi responsável por instalar uma usina solar flutuante em uma fazenda localizada em Cristalina (GO). Abastecida pela água das chuvas recolhida dos telhados dos galpões da fazenda, a lagoa artificial ganhou 1.150 painéis fotovoltaicos.
Em parceria com a KWP e a BYD, a empresa também executou o projeto piloto da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) na represa Billings, situada em São Paulo, que consiste na primeira usina fotovoltaica flutuante desenvolvida a partir de módulos fabricados no Brasil. Em outubro de 2020, a Emae lançou uma chamada pública para aproximar investidores para a elaboração de novas plantas solares flutuantes na represa.
Artigo Original acessado em 30/06/2021 (https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar-nas-cidades/diretor-da-sunlution-afirma-que-geracao-solar-flutuante-pode-minimizar-consequencias-da-crise-hidrica-no-brasil.html)